Resenha A Chave de Rebecca
Categoria Janeiro: Ler um livro de seu autor preferido
Título: A Chave de Rebecca
Autor: Ken Follett ♥️
Editora: Arqueiro
Páginas: 343
Ano da primeira publicação: 1980
Gênero: Romance Histórico
Nota: 5/5
Já que a categoria é autor preferido iniciarei essa resenha com um parágrafo dedicado à minha escolha: Ken Follett. Galês nascido em 1949, Follett possui mais de 30 livros de suspenses e romances históricos publicados, ganhou vários prêmios literários e é, de longe, um dos melhores autores de nossa geração. Como um verdadeiro historiador, sua escrita detalhista nos permite viajar no tempo e vivenciar os marcos históricos vendo as faces, escutando as vozes, sentindo a textura das roupas ou o cheiro do ambiente da época.
Sei que posso comprar qualquer livro deste autor de olhos fechados e que, ao folhear suas páginas, serei recompensada com uma riqueza de cultura e conhecimento indizível.
Em A Chave de Rebecca, Follett nos leva novamente à segunda guerra mundial (como várias outras obras do autor) mas em um cenário completamente diferente: o Egito. Até antes desta leitura admito que não sabia quase nada da participação do país africano na guerra e é justamente isto que mais me encanta no autor: o aprendizado que seus livros me proporcionam.
Nossa história gira em torno de Alex Wolff, um espião alemão inclemente que atravessa o deserto para alcançar Cairo e fornecer informações da estratégia do exército britânico aos nazistas. Para isso ele conta com a ajuda de Sonja, uma dançarina do ventre egípcia imoral, que compartilha de seu ódio aos britânicos. Do outro lado temos o major William Vandam, viúvo e pai de um garoto de dez anos Billy, cuja função é impedir que pessoas como Wolff tenham sucesso em suas missões. Em sua busca ele conhece Elene, uma mulher judia disposta a auxiliá-lo para sair de sua posição de vida atual. As informações que Wolff conseguem são então codificadas através do livro Rebecca de Daphne Du Maurier (daí o nome do presente livro) e enviadas pelo rádio para alcançar Erwin Rommel, general marechal-de-campo do exército alemão.
Como todos os seus livros, o autor mistura ficção com realidade de uma forma que acreditamos que seus protagonistas tenham mesmo existido, ainda que com outro nome. Cada personagem de Follett é dotado de uma personalidade ímpar. É incrível como ele faz com que odiemos mas admiremos seus vilões, sempre sagazes e inteligentes.
Descobrimos neste livro um Egito dominado pelos britânicos em guerra contra os alemães enquanto que os próprios egípcios se mantêm às margens, com um intenso desejo de liberdade deste domínio europeu. Além de Hitler, vagamente citado no livro, temos como personagens reais o já citado marechal Rommel e Anwar El-Sadat, oficial egípcio co-fundador do Movimento dos Oficiais Livres que buscava derrubar do governo o rei que contava com apoio dos ingleses.
Follett nos remete nesta obra à importância dos espiões nas decisões de guerra e como qualquer pessoa, velho ou criança, mulher ou homem, judeu ou cristão, europeu ou africano, foi irremediavelmente marcado por ela. O grande palco deste livro é a batalha de Alam Halfa e como a "raposa do deserto" Rommel levou seu exército ao encontro dos britânicos ao ser influenciado pelas informações do espião no Egito.
"Nosso espião no Cairo é o maior herói de todos." - Erwin Rommel, 1942
Não está entre meus livros preferidos... mas acredito que simplesmente pelo fato de a disputa ser muito acirrada, já que todas as publicações de Ken Follett são verdadeiras obras de arte.
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