Resenha A Dama da Ilha
Categoria Fevereiro: autor que nasceu em fevereiro (Meggin Patricia Cabot, 01/02/1967)
Título: A Dama da Ilha
Autor: Patricia Cabot
Páginas: 320
Editora: Essência
Gênero: Romance de Época
Ano: 2011 (primeira publicação: 2001)
Gênero: Romance de Época
Nota: 4/5
Patricia Cabot era o pseudônimo utilizado pela autora Meg Cabot em seus livros de romance de época com temática mais adulta. Já li todos os publicados, com exceção da antologia presente no livro A Season in the Highlands, e devo dizer que sua escrita neste gênero é maravilhosa.
Como uma verdadeira romântica, amante de clichés e tudo relacionado a Jane Austen, devo admitir que adoro uma boa história do período regencial. A descrição das restrições da época, das formas de cortejo e do fato de todo final feliz terminar com um casamento (o que hoje em dia não é mais associado a felicidade, não é mesmo?) me faz ler tudo que encontro do gênero. E Cabot se encontra, para mim, no mesmo patamar que as respeitadas Julia Quinn e Lisa Kleypas.
Devo admitir, porém, que essa necessidade atual e quase constante da presença de cenas sexuais explícitas não me agrada e é o que torna esta categoria um guilty pleasure meu, sem poder indicá-lo tanto a qualquer pessoa. Acho que temos dificuldade em aceitar romances sem toque físico e quase ninguém tem a capacidade (ou sinceramente a mentalidade do século XIX) de Austen de nos inebriar com épicas histórias de amor com total ausência de descrição de até mesmo um beijo.
Mas apesar de conter a característica adulta deste gênero no livro, Cabot aprofunda em questões históricas, o que torna sua obra muito mais rica.
Em A Dama da Ilha conhecemos Brenna Donnegal, uma jovem espirituosa filha do médico local da ilha escocesa de Skye, que substitui o pai no cuidado do povo quando este vai com sua família à Índia. Alta, usuária ocasional de calças, que não desmaia ao ver sangue e mora sozinha em uma cabana... todas estas atitudes "masculinas" de Brenna assustam e atraem Reilly Stanton, oitavo marquês de Stillworth, que chega à Skye contratado pelo conde de Glendenning, o regente da ilha, para atuar como o verdadeiro doutor. Stanton aceita ir àquele fim de mundo para provar à ex-noiva que não é amador nas artes médicas, afinal é um membro da Royal College of Physicians.
"...mas para executar boas ações, para se sacrificar pelos outros, para provar a Christine King, de uma vez por todas, que Reilly Stanton... era um homem de coragem e convicção que não precisava acenar com o título, como se fosse uma bandeira, para conseguir respeito". - cáp 2
Mas o marquês logo perceberá que esta missão não será fácil pois os aldeões não o respeitam e a tal senhorita Brenna é uma competição muito mais árdua do que ele imagina.
Com enfoque no surto de cólera ocorrido em 1848, A Dama da Ilha é um ótimo livro para quem gosta de romances de época que nos faz aprender um pouco mais sobre a descoberta epidemiológica e o tratamento de certas doenças no século XIX.
"Um trépano. É uma técnica que os americanos usam para tratar os sobreviventes... poucos, na verdade, dos escalpelamentos indígenas. É feito um orifício no crânio para permitir que o sangue aflore e saia". - cáp. 11
"Um modelo que provasse a inexistência da teoria dos miasmas e que doenças contagiosas como cólera e a febre tifóide seriam causadas por outro motivo". - cáp 20
Apesar de observar um breve erro no capítulo 11 do livro (ao dizer que os condes suplantavam os marqueses na escala social), o livro é muito bem escrito. O romance dos protagonistas é ótimo e os demais personagens, como Flora e Hamish, ajudam a compor uma charmosa vila escocesa.
Recomendo-o a todos que apreciam um bom romance de época. Mas se forem iniciar a leitura de Patricia Cabot, os aconselho a começar pelos demais livros (como Pode Beijar a Noiva ou Aprendendo a Seduzir) que considero ser discretamente superiores.
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