Resenha A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Resenha feita para o Desafio Literário Livreando 2018 (DLL2018)

Categoria Fevereiro: Um livro com a capa colorida

Título: A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Autor: Annie Darling

Editora: Verus

Páginas: 308

Gênero: Chick lit

Ano: 2017 (Primeira publicação: 2016)

Nota: 4/5

Como a categoria do mês é capa colorida, não me envergonharei em admitir que foi ela que me atraiu para este livro. Durante uma de minhas rotineiras voltas por uma livraria o seu desenho me chamou a atenção por sugerir um romance leve e divertido e tal suposição foi completamente certeira.
O que me surpreendeu foi descobrir que esta capa é uma verdadeira adaptação da original. (As  brasileiras tendem a ser muito mais elaboradas. Basta comparar qualquer romance de época para comprovar!).
A Pequena Livraria dos Corações Solitários é obra de estréia da autora Annie Darling e é o primeiro livro de uma trilogia de mesmo nome ainda a ser lançada. Embora seja o primeiro trabalho da autora, achei sua escrita comparável (ainda que de uma forma discretamente inferior) a grandes nomes como Marian Keyes e Sophie Kinsella e por tal motivo a encaixei no gênero Chick Lit. Apesar de a autora expressar sua opinião acerca desta denominação (o que em português seria algo como literatura de mulherzinha) em algumas passagens:

"...chick lit... embora eu tenha grandes problemas com esse termo. Grandes." - capítulo 3
"Não há nada errado com chick lit... O único problema é que romances escritos essencialmente para mulheres, sobre mulheres e por mulheres são desdenhosamente e depreciativamente chamados de "chick lit" como se não tivessem nenhum mérito". - capítulo 4

Nossa protagonista é Posy Morland, uma órfã de 28 anos amante de livros que acaba herdando de Lavínia, a querida idosa que acolheu ela e seu irmão após a morte inesperada dos pais, a livraria onde trabalhava. Observamos então o desenrolar cômico da tentativa de Posy de reestruturar o estabelecimento e torná-la rentável novamente com a "ajuda" do neto de Lavínia: Sebastian Thorndyke. Os dois se conhecem e se odeiam desde a infância e podemos observar neste livro o cliché da transformação de ódio para amizade e então amor. Apesar de ser uma amante deste tipo de clichés, este foi um dos pontos negativos para mim. Achei que faltaram mais momentos do romance, havendo maior enfoque em situações secundárias. Mas o jogo de palavras com uma citação de Brontë tornou o final do livro perfeito! 

"Que sorte a minha ter algo que torna tão difícil dizer adeus". - Sebastian sobre a perda da avó Lavínia. cáp 1

A história ainda é composta por inúmeros personagens secundários muito bem caracterizados e pela hilária tentativa de Posy de escrever um romance de época erótico entitulado Violada pelo devasso. 
A sequência da trilogia é sobre as amigas e funcionárias de Morland: a introvertida Verity e a tatuada Nina.

Um romance bem tranquilo para quem, como a protagonista, adora um final feliz.

"A vida nem sempre trazia um final feliz, Posy sabia muito bem disso, mas um bom romance sempre terminava com um final feliz e, se não terminasse, ela sentia que havia sido enganada." - cáp 4

"Cada livro prometia a seu leitor que, por mais dificuldades e tormentos que a vida pudesse lançar em seu caminho, ainda havia finais felizes a serem alcançados." - cáp 21