Resenha A sociedade literária e a torta de casca de batata
Resenha feita para o Desafio Literário Livreando 2018 (DLL2018)
Categoria Setembro: Com mais de um autor
Título: A sociedade literária e a torta de casca de batata
Autor: Mary Ann Shaffer e Annie Barrows
Editora: Rocco
Ano: 2009
Páginas: 304
Gênero: Romance Histórico
Nota: 5/5
Romance histórico é um dos meus gêneros preferidos. Acho maravilhoso aprender sobre grandes acontecimentos de nosso passado como se fizéssemos parte dele. Eu achava que Segunda Guerra era um tema que não mais me surpreenderia, mas A sociedade literária e a torta de casca de batata aborda partes que até então eram desconhecidas por mim. Escrito inteiramente na forma de cartas, o livro inicia-se em 1946, em uma Inglaterra buscando cicatrizar-se e reerguer-se após as tragédias dos últimos seis anos.
Nossa heroína Juliet Ashton é uma escritora, recentemente famosa por suas cômicas colunas, que está em busca de inspiração para seu novo livro. Nesse interim ela recebe uma carta de um criador de porcos chamado Dawsey Adams, fã de um de seus trabalhos, que lhe conta como seu livro o ajudou durante a ocupação alemã em sua ilha e como juntamente com Elizabeth e outros amigos eles fundaram uma sociedade literária.
Juliet logo se vê encantada pelas histórias de tragédia e superação dos residentes da ilha de Guernsey durante a guerra e resolve mudar-se para lá para aprofundar seu conhecimento a fim de escrever sobre seus moradores. O que ela não esperava era conhecer mais sobre si mesma no local.
Fiquei extremamente encantada pelos inúmeros personagens presentes na obra, em especial Dawsey, Elizabeth e Kit. Amo quando um livro é capaz de me fazer rir e chorar ao mesmo tempo. E como chorei! Há duas cenas tão emocionantes que desafio os leitores a não chorar. Mesmo sem diálogos (já que todo o enredo é contado através de cartas) as autoras foram capazes de transmitir a essência de cada personagem, seus sentimentos e pensamentos de uma forma cativante.
No livro, além dos campos de concentração há referências à separação de pais e filhos, do controle rigoroso e limitante da alimentação e do sofrimento de soldados escravos. E o que mais me agradou foi a abordagem mais verdadeira, sem a rotulação dos alemães como vilões e os ingleses como os inocentes.
A versão cinematográfica criada pelo Netflix esse ano foi surpreendentemente decepcionante. Talvez por minhas altas expectativas com relação às cenas não vistas no livro, esperava me deleitar com o romance do filme, já que amei os atores escolhidos para cada papel. Mas houveram mais cenas não vistas no filme que no livro e um enfoque desnecessário (além do acréscimo de cenas) de um personagem sem importância da obra.
Por último vale a pena citar a colaboração da autoria da obra. Mary Shaffer é tia de Annie Barrows, que terminou a obra da tia quando esta apresentou inesperados problemas de saúde logo após o manuscrito ter sido vendido.
Deixo, por fim, as palavras da própria Shaffer:
“… espero que estes personagens e suas histórias lancem alguma luz no sofrimento e na força do povo das Ilhas do Canal durante a Ocupação Alemã.”
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